Darkflix, a "Netflix brasileira do terror", será lançada em maio com 666 filmes
Você sempre quis assistir a filmes clássicos de terror, ficção e fantasia, mas desde que parou de alugar ou comprar DVDs nunca conseguiu encontrar seus títulos favoritos nos canais de streaming? Seus problemas podem ter acabado. E a culpa é de um brasileiro.
Idealizada pelo empresário mineiro Ernani Silva, 55, a Darkflix, plataforma de streaming dedicada ao gênero, chegará no início de maio, com 666 filmes e 333 episódios de séries e documentários dos gêneros. Em desenvolvimento há três anos, o serviço custará R$ 9,90 mensais em plano único.
A ideia do idealizador é montar um acervo amplo, com foco em clássicos do cinema e TV, além de títulos independentes e também de grandes estúdios, totalmente legalizada e longe de pirataria. A prioridade são produções que não teriam muito espaço em outros canais.
Entre os filmes, há títulos como “Godzilla” (1954), “Uma Noite Alucinante – A Morte do Demônio (1981), “Chamas da Vingança” (1984), “Shocker – 10.000 Volts de Terror” (1989), “Daqui A Cem Anos” (1936) e “Vampiras – As Filhas De Drácula” (1974). Em matéria de séries, haverá “Visões Noturnas” (2001), “Contos da Cripta” (1989), “Os Invasores” (1967), “Além da Imaginação” (1989) e “Caverna do Dragão” (1983).
Segundo Ernani, negociações vêm sendo empreendidas desde 2017. Mais de mil filmes e cem séries já foram licenciadas. O investimento inicial é de US$ 1 milhão, valor que pode sobrar dependendo do sucesso do negócio. “Temos dois sócios investidores e 75% de investimento estrangeiro. O dinheiro está sendo gasto apenas no planejamento, desenvolvimento e estrutura do negócio”, diz ele, que contratou uma agência em Londres para garimpar produções internacionais.
“Filmes desses gêneros não são tão caros quanto certos ‘blockbusters’. E temos cerca de 80% em produções independentes de diversos países.”
Assinatura
Serão três etapas de lançamento.
- A DarkFlix TV, um canal de TV dentro da plataforma com filmes, documentários e séries e programação 24 horas, prevista para maio.
- Um serviço de streaming por assinatura, com todas as produções, previsto para junho.
- Um canal para a leitura de quadrinhos, que deve chegar em setembro e será gratuito.
Interessados podem se cadastrar no site da Darkflix, que avisará quando cada etapa do serviço estiver no ar. O sistema está em fase de testes e a ideia é lançar um filme por dia e uma série por semana nos próximos meses.
“Inicialmente testaremos o sistema de quadrinhos com adaptações de filmes para HQs. ‘A Hora do Espanto’, ‘O Enigma de Outro Mundo’, ‘Flash Gordon’, ‘Os Demônios da Noite’, ‘O Dia em que a Terra Parou’. Depois incluiremos séries clássicas como ‘Weird Tales’, ‘Eerie’ e ‘Amazing Stories'”, revela Ernani, que diz que a ideia inicial é fugir de títulos óbvios, incluindo os mais recentes.
“A maioria absoluta dos filmes mais recentes está sob a administração para VOD (video on demand) e streaming com empresas distribuidoras brasileiras. E elas insistem em negociações via VOD, e nós não temos interesse. Temos de fazer as negociações em bloco direto com os estúdios. Após o lançamento, conseguiremos melhorar essa relação”, conta o empresário.
Inspiração
Plataformas estrangeiras semelhantes já existem, como o americano Shudder, mas Ernani nega a inspiração. “Trabalho nesse segmento e na distribuição de filmes há muito tempo. Esses são meus gêneros favoritos”, explica.
“Nos próximos anos teremos uma enxurrada de projetos de streaming. Mas, este não é o tipo de negócio que se realiza apenas com dinheiro, interesse, ambição e boa vontade. É preciso ter ‘alma’, ‘legitimidade’. Talvez este seja nosso diferencial”, afirma.
Sócio da DRK Entretenimento e da distribuidora Vinyx Media, Ernani Silva é um ferrenho defensor do homevideo, não importa a plataforma. Começou na área nos anos 1980, em tempos de VHS, como representante de vendas em distribuidoras no interior de Minas Gerais, São Paulo e Rio.
Já teve locadora, que se transformou em uma rede, e já foi dono de laboratório de duplicação de filmes, de uma fábrica de discos, gravadora musical e de editora.
Os planos para Darkflix são grandiosos. Caso o retorno do público seja positivo, o empresário deseja firmar parcerias com produtoras e diretores para a produção de conteúdo original, à exemplo do que faz a Netflix. “Foi-se o tempo quando filmes de baixo orçamento desses gêneros eram taxados como ‘trash’. Alguns destes ‘cult trash’ de 30, 40, 50 anos atrás hoje são tratados com muito respeito e até adoração.”
FONTE: UOL
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