Empreendorismo: No mundo atual, não existem copycats – apenas empreendedores

Federico Antoni no site TechCrunch.

No mundo atual, não existem copycats – apenas empreendedores

Todo ano, falo com meus alunos sobre as novas oportunidades para os investidores na tecnologia. Quando começamos nossos investimentos em 2013, a Rocket Internet ainda estava em destaque de forma global. A máquina construída para copiar grandes ideias e empreendimentos rendeu milhões de dólares para os irmãos Samwer e seus investidores. Durante os melhores anos, as startups mais prolíferas tiveram suas raízes no Silcon Valley. Sendo assim, adicionamos uma aula sobre a oportunidade encontrada em replicar modelos de negócios. Assim, eles podem ser adaptados e testados em outras áreas, podendo ter a vantagem de tomara menos riscos. Apesar das minhas crenças sobre esse modelo, a palavra copycat – associada a réplica de startups – me irritou desde o começo. Mais que um termo utilizado para descrever um lançamento seguro, vejo como uma forma inconsciente de subestimar os esforços de um grupo de fundadores e investidores. Mesmo que aos olhos do mundo, investidores estrangeiros estejam criando versões de aplicativos e negócios já existentes, acredito que os fundadores são visionários, e utilizam ideias existentes para criar novos mundos.
“Na internet, existem Einsteins e existem os Bob – Os Construtores. Eu sou um Bob Construtor” – Oliver Samwer, fundador da Rock Internet

Porta para o empreendedorismo

Enquanto o impacto é o que todos procuram, os fundadores podem enfrentar suas jornadas de diferentes formas. A forma mais comum é a utilização do modelo de negócios, ou a metodologia do design thinking. “Se apaixone pelo problema, não pela solução” é uma frase muito utilizada em aceleradoras. A melhor forma de conseguir bons resultados é começar com uma ideia pequena, e refinar até conseguir a melhor versão dela. A segunda melhor forma é pensar como os engenheiros ou cientistas: encontra uma tecnologia nova, ou uma molécula esquecida, e depois encontre uma forma de utilizá-la para resolver um problema. Continue pesquisando até encontrar um problema que valha a pena ser resolvido. A terceira forma é pensar como os artistas e pintores: construa novas habilidades através de outras já existentes. Replique uma ideia que funciona e adicione novas ideias, para criar algo novo. Até pouco tempo, essa era uma das únicas formas de conseguir um bom crescimento nas economias emergentes. Esse modelo ajuda a conseguir capital local e novos investidores que não querem se arriscar. Esse guia serviu para ajudar fundadores que não possuiam grande experiência ou modelos locais. Replicar modelos de negócios serve como uma porta de entrada para investidores que se encontram em mercado emergentes.

A próxima etapa

De acordo com o senso comum, os novos ecossistemas de investimento mundiais se desenvolvem através dos três seguintes estágios, independente do mercado em que se encontram. Primeiro, empreendedores replicam modelos de sucesso internacional para mercados locais. Depois, enquanto esse ecossistema se desenvolve, os fundadores começam a aplicar novas tecnologias para resolver problemas específico. E, finalmente, com a maturidade da tecnologia disponível, novas ideias começam a florescer. Na minha opinião, esses estágios nunca foram sequenciais, como os observadores dizem. As melhores startups que começaram com inspirações do exterior podem, sim, se tornarem melhores que a ideia original. Se eles não são comprados ou sufocados pelos primeiros a entrarem no mercado, muitas podem reinventar a ideia original e ainda melhorá-la. O Mercado Livre, por exemplo, é um exemplo de e-commerce bem mais interessante que o e-bay. Sendo assim, acabou se tornando uma das inovadoras mais prolíficas do mundo. Os ecossistemas verdadeiros se desenvolvem de forma orgânica e única, refletindo o ambiente socioeconômico e político em que estão inseridos. “Duas formas de defender o status quo: ‘isso já foi feito’ e ‘isso nunca foi feito’.” Thibault

Defendendo o talento

Recentemente, é difícil ouvir observadores americanos usarem a palavra copycat para descrever qualquer empresa americana. Afinal, Guilt reproduziu o VentesPrivees e o Lime, o compartilhamento chinês de bicicletas e muitos outros exemplos. Todas as startups americanas são tratadas como inovadoras, enquanto o resto como meros seguidores. Recentemente, startups chinesas ou indianas parecem receber o benefício da dúvida em relação à sua originalidade. É porque essas regiões se tornaram mais inovadoras? Talvez. Mas também é porque esses ecossistemas ganharam o respeito do Vale do Silício. De fato, a tecnologia do consumidor chinês superou decisivamente os EUA como o país mais importante em termos de investimentos. Então, aqui está minha humilde sugestão para os nossos colegas mais ricos e mais talentosos: parem de usar a palavra-c com os fundadores. É ofensivo. Muito provavelmente, esses fundadores estão enfrentando mais desafios para construir suas empresas e menores chances de sucesso do que o primeiro. Se alguma coisa, eles têm mais mérito do que os originais. Quanto aos fundadores, quando eles chamam você de mim também, lembre-se de que todas as equipes começaram em algum lugar, de alguma forma. Na verdade, a maioria começou como Bob, o Construtor, antes de se transformar em Einstein. A verdade é que não importa onde você começa. Você pode começar aplicando uma nova tecnologia ou protocolo. Você pode começar com um problema pelo qual se sinta apaixonado. Você pode começar replicando um modelo de negócios. Não importa se você fizer um grande sucesso no futuro e acreditar que descobrirá como fazer isso acontecer. Não importa qual marcador eles usam enquanto você muda o mundo para melhor.]]>