Como o Pix atrasou o avanço das criptomoedas no Brasil, segundo coordenador no Banco Central
Segundo o coordenador do Banco Central (BC) para os trabalhos do real digital, Fábio Araújo, o Pix pode ter ajudado a impedir a expansão do uso de criptomoedas no Brasil.
O executivo afirma que o bitcoin, por exemplo, não deve fazer muito sucesso como forma de pagamento por aqui – mesmo que venha crescendo no restante do mundo e tenha sido estabelecido até como moeda oficial em El Salvador.
As declarações de Fábio Araújo foram feitas durante a Brazil Conference, evento feito em Boston, nos EUA, pela comunidade de brasileiros no local. Em sua fala, o coordenador deu destaque à rápida adoção do Pix, que já vem sendo utilizado por 60% da população, mais de 104 milhões de brasileiros, que realizaram pelo menos uma transação através da plataforma de pagamentos instantâneos do BC.
“Fica meio sem sentido pensar em cripto para fazer pagamento no Brasil”, disse ele no domingo (10). “A gente tem um sistema de pagamento muito avançado, o Pix foi um fenômeno de adoção”, completa.
Hoje em dia, esse sistema é aceito praticamente em todos os estabelecimentos físicos e virtuais, sendo eles pequenos ou grandes. Não é difícil encontrar uma padaria, e- commerce, ou até mesmo casas de apostas que aceitam pix atualmente, e todos esses estabelecimentos oferecem essa praticidade ao consumidor.
No caso dos sites de jogatina, eles se adaptaram rapidamente ao público brasileiro ao trazer essa forma de pagamento, e eles ainda dão bônus de boas-vindas e promoções exclusivas aos novos usuários que se cadastram através do apostasesportivas24.com. Além do Pix, muitas plataformas de apostas também permitem o uso de cartões de crédito e débito, e o uso de boleto.
Criptomoedas
Apesar de acreditar na potência do sistema brasileiro, Fábio Araújo afirmou que não é contra a tecnologia das criptomoedas, principalmente em países onde não existem serviços de pagamento eficientes, como os da América Latina.
Uma forma de se implementar isso é dando aos cidadãos acesso a uma stablecoin astreada a uma moeda forte, como a local. No Brasil, ele afirma que isso não é tão urgente, já que contamos com um dos sistemas de pagamentos mais robustos e eficientes do mundo, que foi melhorado com o Pix.
O BC acredita que o fator mais atraente das criptomoedas é a sua tecnologia, que permite a criação de soluções financeiras com menos recursos e em um tempo muito menor que o mercado tradicional precisa.
“O que a gente no Banco Central vê no mercado de cripto de valor é a programabilidade, a flexibilidade que você tem com essas ferramentas. Uma fintech pode pegar essas ferramentas de programação, fazer um produto financeiro novo e colocar no mercado de uma maneira muito mais rápida do que pode ser feito hoje no mercado tradicional”, explica o coordenador.
Só o início
Apesar da eficiência do sistema do BC, Fábio Araújo destaca que este é apenas um primeiro passo para incluir o cidadão no mercado financeiro. Outras ferramentas que ajudarão nessa missão são o sistema de Open Banking e as próprias criptomoedas, que poderão marcar uma segunda fase de expansão para os serviços financeiros no país.
“Tem que dar opções de investimento, de crédito, de seguros. E é isso que a gente vê que a tecnologia de cripto pode oferecer para um mercado que ainda não está coberto hoje.
É esse o foco que a gente tem para a tecnologia de Web3 e cripto no Brasil”, afirmou
ele.
A terceira fase seria marcada pela digitalização completa da moeda brasileira, o chamado real digital. Para muitos, isso já é uma realidade através do Pix, mas até 2024 o BC pretende aprofundar o processo com o lançamento da nova moeda.
Segundo o presidente, Roberto Campos Neto, o real digital será lançado ainda este ano, e a sua primeira versão estará disponível no segundo semestre do ano.